Além do humano

Sem dúvidas que a humanidade nunca esteve tão desenvolvida quanto atualmente. Afinal de contas, o caminho da evolução raramente tem voltas, vai sempre em frente. Ou não.
Sendo mais claro, a expressão "brincar de Deus" foi usada constantemente na semana passada, com o surgimento da tal célula artificial. A inteligência humana é dom de Deus, o homem é perfeitamente capaz das coisas mais belas quando está sob esse dom. Contudo, somos fracos, não somos Deus, não sabemos lidar com tudo o que Ele nos deu. Se interessa a minha opinião sobre o caso supracitado, lá vai: este é um marco importante na ciência, sabemos de quantas formas esse experimento pode ser desenvolvido (a questão das bactérias anti-poluição, por exemplo), isso até certo ponto.

Mas, como sempre, há um lado perigoso em toda essa história. Analisando bem o trabalho destes e de outros cientistas, não se pode afirmar que eles descobriram a fórmula de criar uma vida. Não se pode dizer que foi revelado o "segredo da criação". A base dessas pesquisas, inclusive a da célula bacteriana ou da inseminação artificial, é um ser pronto, vivo. Não se criou uma célula, não é de competência humana tal ato. Foi modificada uma célula. O que impressionou foi que ela passou a se comportar segundo a manipulação. E é aí que mora o ponto principal: o homem tem mesmo o direito de modificar aquilo que é obra de Deus?

Na verdade, não é nem mesmo preciso responder tal pergunta. Se avançamos demais para um lado perigoso, é porque já temos o suficiente para avançar para um objetivo positivo. Como disse no início, a inteligência é dom de Deus, portanto, a Deus o que é Deus e a César o que é de César. A Deus, ao bem dos homens é que deve se guiar nosso intelecto.


Se viveremos em um tempo onde haverá vida criada por homens, é claro que não. Podemos desenvolver indefinidamente (para nossa capacidade de raciocínio) a inteligência que Deus nos dá. Chegar a superar a fonte, porém, é impossível. O segredo está em como utilizar os meios que nos são dados. Criar uma vida seria o caso de não ter qualquer ligação com a essência humana que há em nós. Quando chegamos a esse pensamento, qualquer tentativa de "brincar de Deus" cai por terra.

Valeu!

Davi Ferreira

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