Em Seu coração

Preciso muito falar do eu. Muitas vezes acostuma-se a indicar o caminho para os outros, quantas vezes o eu funciona para quem está de fora, para o você, para o ele. E o eu, como fica? Por isso, hoje é dia de falar do eu.

Na verdade, o eu foi o culpado. Pode até não parecer, mas o eu foi fraco, o eu errou e pisou na bola feio de novo! Mesmo quando Você estava ali, puxando o eu do buraco, o eu decidiu que ia cavar mais fundo, que ia lutar contra Sua força. E aí o eu viu o quanto esta aventura seria perigosa, o quanto não valia a pena abandonar mais uma vez Você e fazer-Lhe sofrer vendo a queda livre do eu.

Aí a história se repetiu. O eu, que já estava cavando mais profundo que antes (porque agora o eu já sabia o que encontraria no fundo do poço, não era mais novidade e mesmo assim insistia em cavar), no último momento, olhou para o alto e viu Você estendendo-lhe a mão. Então, com lágrimas em seu rosto vermelho de vergonha, o eu agarrou-se à mão e novamente subiu, novamente chorou e novamente jurou não mais sair de perto de Você.

O eu é definitivamente fraco, mas todas as vezes em que se abriga em Sua mão, o eu se sente mais forte, reconhece que sem Você, o eu já estaria no fundo do poço de verdade, sem ninguém para trazer-lhe de volta à realidade. E o eu, ainda emocionado, volta à sua casa, que não é outra se não o Seu coração.

Valeu!
Davi Ferreira