"Estou desenhando. Desenhando uma cruz para um amigo. Simples, uma cruz: linha horizontal, cortada ao meio por uma outra linha - esta vertical - com o dobro de seu comprimento. Cruz, complexa e simplesmente."
Tenho ficado muito feliz com o acompanhamento do blog, isso porque recentemente percebi que o público do Olhando de Frente já chega a outros meios, que não exclusivamente o católico. E é para estas pessoas que dedico as linhas que agora são lidas muito pacientemente.
Quando nos propomos a falar de religião, de cristianismo, não como catequese com manuais litúrgicos, mas como evangelização, este era o objetivo: anunciar, contar a novidade para quem não a conhece (porque do contrário, não seria novidade!). E há diferença entre estes tipos de leitores? É preciso ter respeito e muito cuidado, só posso responder pelo Olhando de Frente. E aqui a resposta é NÃO!
Não, porque acredito que assim como qualquer pessoa, nós, cristãos, também precisamos de uma novidade. Precisamos nos renovar, ninguém finalizou esse jogo ainda. Estamos no mesmo barco de fraquezas, na mesma linha do horizonte. Nos resta - e é nossa obrigação - estender os braços para espalhar o que de melhor temos (não só no campo religioso).
Recentemente conversamos aqui sobre o quanto cada um de nós tem o seu caminho nas próprias mãos. Por isso somos tão diferentes, em vários sentidos. Mas há algo que nos une, irremediavelmente: a cruz. Posso dizer com propriedade e sem medo algum, que mesmo o mais ateu dos ateus está incluído. Isso porque a cruz a que me refiro é este cruzamento de linhas: a horizontal, supracitada, e uma linha vertical. Esta, como não poderia deixar de ser, bem maior que a horizontal. Somos ligados à presença marcante que se fez em nós muito antes de nossa mais tenra escolha.
Ele está em nós, mesmo que não busquemos, que não queiramos. Volte ao terceiro parágrafo e procure por lá a palavra "respeito". Ele respeita, por que não nós? Na linha horizontal em que nos encontramos (nossa humanidade), temos liberdade para correr para os lados, e para qualquer lado. Mas na linha vertical que a transpassa, não há como não fazer parte da ligação com JC. Horizontal e vertical, humano e divino: cruz.
Valeu!
Davi Ferreira
Texto esse na medida certa... franco e direto. compartilho de muitas idéias aqui empregadas como se fossem minhas também (rsrs). Paz sempre!
ResponderExcluir"Estamos no mesmo barco de fraquezas, na mesma linha do horizonte."
ResponderExcluirSalve, meu rei, eu acho interessante que algumas pessoas quando falam de Cristo rechaçando a religião.
"- eu prego Jesus, esse negócio de religião é abominável!"
Sua reflexão me faz lembrar que o fenômeno religioso está escrito na própria natureza humana.
Mesmo a pessoa mais agnóstica de nosso mundo contemporâneo precisa de um ponto de transcendência, nem que seja o último carrão do ano.
Somos todos religiosos, ainda que alguns fragmentem ou distorçam suas experiências do Sagrado.
Enfim, dar as razões de nossa esperança é o fundamental. E talvez isso ajude alguns a "Ver Deus" de uma maneira mais sadia.
Mas não podemos esquecer que a linha horizontal é também a linha da história.
Seria muita ignorância ou petulância achar que Deus se ausentou em algum momento da história e de alguma cultura.
A verticalidade suprema trazida por Jesus nos faz lembrar que a re-ligação com Deus não é iniciativa nossa. Nunca.
Concordo plenamente meu grande amigo Davi, devemos nos unir mais, nesse caminho de Cruz, não apenas como cristãos, como religiosos, ou algum outro tipo de classificação, devemos nos unir como irmãos, como humanos, devemos mostrar, que sim, nós podemos fazer um mundo melhor, tratando uns aos outros, como humanos, como pessoas dignas, e buscando uma saída melhor para as calamidades que convivem conosco a cada dia.
ResponderExcluirMuito bom texto!
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