Nem tudo o que se vê...

Outro dia, assistindo a um programa de TV, era narrada a história de uma pobre mulher que não tinha dentes, era gorda, etc. etc. O tal do programa patrocinava a milagrosa transformação da mulher. E toda semana é a mesma coisa; aliás, todo dia em todo canal da TV aberta vira e mexe (batata!) lá estão as transformações...

E todo ano eles estão lá: os reality shows. Antes que comecem aquela discussão sobre “poxa vida, é errado assistir a esses programas? Por quê?”, devo explicar que só citei o famigerado formato por ser o mais comum para essa reflexão (existem filmes, novelas, sites, e tantos outros meios que seguem o mesmo problema que vejo nestes). O “problema” a que me refiro é a superexposição do ser humano. Pense comigo: que graça teria para as emissoras os reality se não tivesse aquela briga escandalosa, aquele participante que será odiado até a morte pelo público? É triste dizer isso, mas está bem claro que esses programas estão ali para mostrar o pior que o ser humano pode ser. Ou que outro objetivo vocês veem naqueles debates com ar de joguinhos promovidos entre os participantes?

Não quero dizer que seja mal ver reality show ou que eu não os acompanhe. Sim, eu já assisti programas assim, e eles não precisam ser necessariamente negativos, mas para quem os assiste deixando-se levar e vivendo como se aquilo fosse a coisa mais importante do mundo (sim, eu conheço muitas pessoas assim), aí cara, é perda total de bom senso e aceitação da alienação que a TV pode causar – veja bem, pode, não obrigatoriamente!

Aí temos a tal reforma no guarda-roupa. Na boa, que brasileiro hoje, ao receber R$ 10.000,00 gastaria só TUDO em roupas?! E o joguinho de futebol. Existem casos sérios de pessoas que morreram em brigas de times, jogadores ameaçados e mesmo assassinados por seus próprios torcedores simplesmente por perderem uma partida.

Não há mal nenhum em acompanhar a novela mexicana, o programa de auditório ou o reality que gostamos, mas é importante que tenhamos consciência de que há sempre algum interesse por trás. Precisamos saber manter a distância necessária entre o que é e o que não é real, entre o que vale e o que não vale a pena tomar como exemplo para nossa vida. Sacou?


Já que não estamos aqui também para empurrar goela abaixo nossas ideias e pontos de vista (seria contradição depois desse post!), está aberto o espaço para sua opinião na forma de comentário. Nada será censurado; elogie, pondere, discorde, reclame, enfim, não deixe de mostrar que você tem voz e é capaz de filtrar aquilo que é passado para você. Sejamos ativos, questionadores, teimosos mesmo! O que vale é defender o que de melhor você tem em si, e não deixar que levem isso de você.


Valeu!


Davi Ferreira